sexta-feira, 30 de julho de 2010

UM CONTO DE FADAS PARA ADULTOS


UM CONTO DE FADAS PARA ADULTOS
por Vera Corrêa


(TRECHOS)


(...)

- “É a minha Fada Madrinha! Só pode ser a minha Fada Madrinha!... Será que vai me trazer o meu príncipe encantado?”

(...)

- “Meu Anjo, quando eu digo ‘despertar’, na verdade estou querendo dizer ‘lembrar’. Está na hora de você se lembrar de quem você realmente é.”
- “Mas eu não me esqueci! Eu sou Angélica!... ou não?” – acho que essa fada está querendo me confundir.
- “Sim, querida, uma parte de você é Angélica, mas há muito mais de você que você não se lembra.”

(...)

- “Se é assim, como faço para me lembrar?”
- “Para isso eu estou aqui. Vim ajudá-la. Vamos fazer uma viagem juntas e, nessa viagem, as suas lembranças vão começar a despertar.” (...) “Para onde vamos, você não precisa de malas... vamos para a Terra do Sempre, a Terra do Eterno Agora.”

(...)

- “Meu Deus! Perdi a hora!!!”
Pulo da cama e começo a andar para lá e para cá, feito uma barata tonta, sem saber o que fazer primeiro e querendo fazer tudo ao mesmo tempo.

(...)

Finalmente chego na empresa.

(...)

- “Angélica, estão chamando-a na gerência.”
Pronto! Sabia que isto não ia passar em branco! Meu chefe percebeu o meu atraso... Começo a suar frio. Ele me recebe com um sorriso amarelo e me faz sentar à sua frente.
- “Angélica, tenho uma tarefa muito desagradável hoje.”

(...)

Minha cabeça está girando, meu coração, totalmente descompassado... já não ouço mais as palavras do meu gerente. Mas nem é preciso, porque sei que – em resumo – estou desempregada! O medo toma conta de todo o meu ser...
E agora, meu Deus?! O aluguel, as contas mensais de luz, de água, de telefone, as prestações do carro... tudo isso desfila na minha mente ameaçadoramente. Estou a ponto de entrar em pânico!
De repente meu olhar é atraído para o relógio digital sobre a mesa. São 11:11. E então me vem aquela mesma sensação de todas as inúmeras vezes em que olhei para um relógio no momento exato em que marcava 11:11 -

(...)

Ao voltar para casa, paro numa banca para comprar o jornal, pois sei que hoje é dia do Suplemento de Empregos. Antes que eu possa pegar o jornal, reparo num jovem de aspecto simpático e descontraído, que está folheando uma revista. Algo nessa revista me chama a atenção – não sei o que – e, embora não seja meu costume, estico os olhos para ver o que há de tão especial ali. Acho que não sou muito discreta, porque o rapaz percebe a minha curiosidade e me pergunta, sorrindo:- “Você também se interessa por Numerologia?” (...) Mas, voltemos ao 11:11. Então você também anda vendo esse código!”
- “Esse código?!”
- “11:11 é como um código para a expressão ‘Está na hora de despertar!’”

(...)

Mas não consigo pegar no sono. Fico pensando em tudo que me aconteceu hoje – um dia totalmente fora dos padrões. E o interessante é que estou me sentindo tão bem! Estou desempregada, devia estar preocupada, roendo as unhas, no entanto, sinto uma alegria totalmente sem sentido...

(...)

Ficamos os dois pensativos por alguns segundos. Pitágoras rompe o silêncio:
- “Acho que, em primeiro lugar, temos que saber o que queremos para nós. E, para isso, temos que consultar o nosso coração... O problema é que não podemos lhe fazer perguntas do tipo ‘isto é bom para mim?’, ‘isto não é bom para mim?’, porque pode ser que o que realmente seja bom para nós esteja fora da nossa área de opções conscientes.”
- “Não tinha pensado nisso! Realmente... se todas as possibilidades existem em potencial, então podemos desejar o que quer que seja, e não só o que acreditamos que seja possível. As opções são ilimitadas! Então, em primeiro lugar, temos que nos libertar da idéia de que isto pode e aquilo não pode. Tudo pode! É como nos contos de fadas – tudo é possível! A vida é mágica!!!”

(...)

- “Querida, estamos falando ao telefone... por que você não vem passar o fim de semana conosco? Poderemos conversar sobre isso, pessoalmente. Não acha melhor?”
- “Estou de férias. Nem preciso esperar até o fim de semana. Vou amanhã mesmo! Um beijo!” – Mas, quando estamos prestes a desligar penso em Pitágoras...
- “Mãe! Mãe!”
- “O que foi, Angélica?”
- “Posso levar um amigo?”

(...)

Como se estivesse ouvindo meus pensamentos, Pitágoras diz:
- “Por exemplo: por que o nosso corpo tem que se degenerar com o passar do tempo? Por que as pessoas começam a enxergar mal, a ouvir mal, a ficar com os músculos flácidos, a perder a vitalidade, a saúde, o ânimo, só porque estão ficando com mais idade? Será que isso não é um condicionamento da humanidade? Será que não podemos mudar isso?”

(...)

Depois do almoço, saio com Pitágoras para dar um passeio pelo sítio. Caminhamos algum tempo em silêncio, apenas sentindo o frescor da tarde, a leveza do ar, aproveitando esses momentos junto à natureza. Penso no que a minha mãe falou há pouco, sobre a integração com a Terra, a sensação de segurança, a alegria interior...

(...)

- Pitágoras, então o Eterno Agora deve ser o momento presente! Mas, como o presente pode ser eterno?

(...)

Fico pensando no tal do Eterno Agora. O que será isso? Então, ouço uma voz, vinda não sei de onde:- “Deixe a sua mente livre. Entregue-se a este momento.”
- “Você ouviu isso, Angélica?” – Pitágoras me pergunta, olhando para os lados.
- “Ouvi... parece que foi a pedra que falou! Acho que tomamos muito sol na cabeça. Ou vai ver que estamos filosofando demais e estamos começando a ficar malucos!”

(...)

O anãozinho olha para nós dois, sério pela primeira vez, e fala docemente:
- “Queridos Seres Humanos, vocês sabem ‘nadar’! Vocês simplesmente se esqueceram. Se me permitirem, posso ajudá-los a se lembrarem.” (...) “Este é o Portal do Espelho. Atravessar este Portal pode ajudá-los a chegar na Terra do Sempre. Eu sou o guardião deste Portal e convido-os a entrar! (...) Digamos que exista uma espécie de espelho entre o mundo em que vocês pensam que vivem e o mundo real. Lembram-se que falamos que o seu mundo é um reflexo distorcido do mundo real? Então, o que aconteceria se tirássemos esse espelho do meio dos dois?” (...) “Meus queridos, tenham um pouco mais de paciência, pois logo chegaremos à Cidade das Pedras e lá vocês vão poder obter as respostas a todas as suas dúvidas e questionamentos.

(...)

- Preciso avisar a minha mãe, porque ela já deve estar preocupada com o nosso sumiço!”
- “Ah... não é preciso. O tempo aqui não é igual ao tempo do outro lado. Você nunca teve um sonho comprido, cheio de aventuras, para depois acordar e perceber que se passaram apenas alguns minutos? Aqui é a mesma coisa, querida. Com a diferença de que isto não é um sonho – o que é um sonho é aquilo que vocês chamam realidade.”

(...)

Minha mãe concorda e, mudando bruscamente de assunto, pergunta-me quase sussurrando:- “Vocês passaram pelo Portal do Espelho?”
- “Hã?!” – Pega de surpresa, fico sem saber o que responder e falo a primeira coisa que me vem à cabeça: - “Por que você está me perguntando isso?!”
- “Porque vocês voltaram diferentes de como saíram daqui. Seu olhar está diferente, seus modos estão diferentes... toda sua energia está diferente.”

(...)

Mas o índio explica:
- “É um Portal interdimensional – assim como o Portal do Espelho, que vocês atravessaram ontem – então, ele não é visível para todas as pessoas. Na verdade, ele só é visível para aqueles que desejam sinceramente e estão abertos para penetrar no desconhecido... que nem é tão desconhecido, mas sim, esquecido.” (...) “Vocês devem estar notando a diferença entre o lugar que vocês visitaram com Feliz e este, não é?” – Este índio também lê nossos pensamentos! – “É porque este lugar está impregnado de conhecimentos antiqüíssimos. É como uma imensa biblioteca! Cada pedrinha que encontramos no caminho tem uma história para contar... ou várias. Todas elas têm profundos conhecimentos sobre a história deste planeta e dos seus habitantes. Aqueles que conseguem entender a linguagem das pedras, podem acessar esses conhecimentos com facilidade, pois elas adoram transmiti-los para os seres humanos ...”

(...)

Olho de Tigre sorri com condescendência e diz:
- “Pitágoras, eu entendo o seu ponto de vista, mas a sua Física e a sua Lógica não funcionam aqui. Lembre-se que estamos numa outra dimensão de espaço e de tempo, onde as coisas se comportam de forma muito diferente da que vocês conhecem. Além disso, vocês não vão ter que se ‘enfiar’ debaixo da cachoeira, como você falou. Vamos passar por trás dela. Assim mesmo, receberemos a sua energia purificadora... confie em mim.”

(...)

Olho de Tigre toma a palavra, cerimoniosamente:
- “Apresento-lhes os Mestres de Pedra. São 22 Mestres. São 22 Fontes de Conhecimento. Todo o conhecimento da Terra está armazenado em seus corpos.”

(...)

De repente, a visão que tenho dos obeliscos começa a mudar, começo a enxergá-los de cima, de um ponto de vista cada vez mais alto... mais e mais alto... até que vejo todo o conjunto como se fosse um tabuleiro de jogo – algum jogo que eu não conheço – um tabuleiro amarelo, onde está desenhada uma circunferência em cinza, cortada ao meio por uma linha verde. Então uma voz, que parece vir de dentro de mim mesma, fala:
- “Você tem se perguntado quem você realmente é. (...) “Como Ser Divino, você era parte do Grande Todo, onde tudo era eterna paz e harmonia, onde tudo era estático e perfeito. Mas você sentia necessidade de movimento, de explorar outras possibilidades, de manifestar a sua criatividade. E, para isso, você teve que sair da Unidade Absoluta e experimentar a dualidade da vida na Terra.”

(...)

Quando já estou bem perto, mas ainda enxergando tudo de cima, a minha consciência encontra a do Pitágoras, que me diz:
- “Você reparou que são onze obeliscos de cada lado da passarela? Até aqui nós encontramos o código 11:11! Será que os Mestres de Pedra têm algo a nos dizer sobre isso?”

(...)

Embora não possamos ver o Mestre, podemos sentir que ele sorri, feliz por poder esclarecer essas questões:
- “A linha reta está relacionada com o pensamento linear e com o tempo linear, característicos desta dimensão em que estão vivendo. Quando vocês se decidirem a atravessar o portal, perceberão que, do outro lado, tudo é bem diferente. Lá não existe passado, presente nem futuro, mas sim um eterno Agora. E a melhor forma de expressarmos isto para vocês, por enquanto, é através do círculo, que não tem começo e nem fim. Por isso escolhemos essa forma para representar esse portal.”

(...)

Quando finalmente abrimos nossos olhos, deparamos com nosso amigo índio à nossa frente. Na palma da sua mão direita, que está estendida em nossa direção, vemos três pedrinhas douradas.
- “Este é o presente dos Mestres de Pedra para vocês. Esta é a pedra que me emprestou seu nome. Ela vai ajudá-los a olhar para dentro de si mesmos e encontrar a sua própria e divina Sabedoria. Usem-na com respeito e amor. Ela é parte da Terra, assim como vocês também são. Ela conhece os segredos da Terra e vai ajudá-los a se lembrar também dos segredos do Céu.”

(...)

De repente, começo a sentir uma vibração esquisita no meu bolso. O que será isso, agora?! Lembro-me, então, da pedrinha que recebi de presente e que está guardada nesse bolso. Coloco a mão sobre ela e percebo que ela realmente está vibrando! Claro! Está me avisando que é um bom momento para utilizá-la.

(...)

- “Vocês já têm algum programa para amanhã?” – minha mãe nos pergunta.
- “Agenda totalmente livre!” – responde Pitágoras.
- “A minha idem!” – diz tio Guilherme.
- “O que você está querendo nos sugerir?” – pergunto.
- “Eu estava pensando em lhes mostrar um lugar muito interessante que descobri aqui no sítio, há poucas semanas, numa das minhas caminhadas solitárias...”
- “Nem precisa falar mais nada.” – tio Guilherme interrompe-a – “Eu topo!”
- “Deixe que ela explique!” – digo – “Estamos curiosos!”
Minha mãe sorri e continua:
- “É uma gruta... mas tem uma coisa especial, que eu não vou contar, para ver se vocês reparam.”

(...)

Pitágoras é o primeiro a falar:
- “De onde vem esta luz azul, tão delicada?!”
- “Isto é incrível!” – diz meu tio – “Estamos dentro de uma pedra toda cinzenta. Como pode haver luz aqui dentro?! E azul, ainda por cima!”

(...)

Como eu continuo sem saber direito o que é um pensamento linear, aproveito para perguntar:
- “Rafael, você falou que o que nós estávamos pensando a respeito desta luz é um pensamento linear... Poderia nos explicar o que você quis dizer com isso?”
-“Esse é o pensamento típico da terceira dimensão, a dimensão em que a maioria dos seres humanos está vivendo, no momento... Na verdade, vocês já têm todos os recursos para ultrapassar esta dimensão, mas a maioria ainda está se apegando a ela e, com isso, vocês estão se fechando para os benefícios associados a uma dimensão mais elevada. No pensamento linear, vocês ‘caminham’ em linha reta, isto é, vocês ligam uma situação a outra por meio de deduções, e não conseguem fazer associações mais amplas. Assim, ficam sempre restritos às mesmas conclusões limitadas.”

(...)

- “Estava pensando que talvez existam civilizações intra-terrenas que utilizam essa ‘energia essencial’, como disse tio Guilherme, para iluminação, para combustível e para muitas outras coisas, que nem sequer podemos imaginar...”
Os olhos de Rafael brilham e ele nos pergunta, de supetão:
- “Vocês gostariam de visitar uma cidade dessas?”

(...)




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Fonte: http://www.jeshua.net/por/

Trechos publicados com autorização da autora

http://blogsintese.blogspot.com/

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