A MARCA QUE NOS ATINGE
O mundo muda com constância e nós mudamos com ele.
Mas nenhuma coisa se fixa mais em nossa memória do que os
acontecimentos que nos causam aquilo que consideramos injusto e nos afronta, nos
fere e grava em nosso pensamento a ofensa, que passa a fazer parte integrante
de nossa vida, aguçando a nossa maneira de viver, fazendo a verdade ser falsa e
a falsidade ser verdadeira.
Tudo isso mexe com a maneira de nos conscientizarmos dos
fatos que acontecem em nossa existência.
Uma frase muito recorrente e que já se tornou corriqueira é:
“Não acredito que isso aconteceu comigo”.
Ou: “Eu não merecia isso que me aconteceu”.
Eu acredito que nada acontece por acaso, tudo tem a sua
razão de ser e em vez de lamentarmos dizendo: eu não merecia isso, temos que analisar ou procurar a causa do
acontecido.
Não posso deixar de ver em tudo isso a ironia estampada no
que eu conto, mas não há razão para a perplexidade.
Todos nós temos acontecimentos que nos deixam em dúvida e
que não podemos explicar com todos os detalhes, ficando ao sabor das vagas.
Às vezes conseguimos contornar as injustiças, outras vezes
não; e temos que nos conformar porque elas sempre deixam as suas marcas e
estamos sempre a recordá-las, não há como esquecê-las.
É como respirar: quando se respira, nós sentimos a vida; mas,
às vezes, mesmo respirando, sentimos a morte, dependendo das circunstâncias do
momento. É a marca que nos atinge.
Não quero ser implícito nem irônico. Meu vício é a
transparência, é ver a verdade em tudo que me acontece e procurar uma solução
sólida e firme sem culpar ninguém.
O mundo se torna um lugar maravilhoso para se viver quando:
- sentimos a paz fazendo parte de nosso meio;
- a amizade abre seus braços e nos aperta em seu seio;
- a sinceridade pode ser vista nos olhos das pessoas com quem
falamos;
- a certeza desperta dentro de nosso ser e descobrimos o que
é correto, sincero e honesto;
- temos o conhecimento exato de que o amor é um sentimento
verdadeiro e que ele existe;
- abrimos o coração e nos sentimos felizes e nos
conscientizamos que essa felicidade não é somente nossa, ela é de todos e,
portanto, devemos direcioná-la aos outros seres que convivem conosco para que
ela se expanda mundo afora, dure mais tempo e tenha um valor real e bem mais
forte para que possamos gritar bem alto, em uníssono: todos nós somos um povo
abençoado.
Há um ditado muito popular que diz: “É dando que se recebe”.
Talvez esse ditado seja apenas mais uma frase bonita que
alguém criou num momento de prosperidade, mas ele deve ficar em nossa memória como
um conceito útil.
Quando pudermos dar alguma coisa para alguém não podemos nos
fazer de rogados, e sim, devemos agir, ter a coragem de praticar o ato da
doação, que também significa um ato de amor para quem está em dificuldade.
Quando eu falo em doação não estou me referindo somente a bens
materiais, falo também dos sentimentos, de um conselho, de uma orientação e, sobretudo,
do afeto de um abraço dotado de sensibilidade, sensatez e com a pureza de tudo
que é bom.
Isso não é uma
mensagem espiritual é a minha opinião.
GRÃO 3 (Ben Kalil)
Idioma original: português
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